Teatro

TEATRO

“Ainda que representemos qualquer papel no teatro, que atuemos em comédia ou em drama, que nos insiramos em qualquer trama, se não atuarmos com amor, assumindo nosso papel na sociedade, sendo instrumento de alegria e esperança, de nada vale!

Pe. Irala”

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O teatro no OPA é o grande criador de ambiente, é o grande desbravador dos problemas. Custa entender um Teatro oração, porque não é nem isso que se pretende. Mas a oração entra no teatro por vários caminhos:

1) A necessidade de integração do grupo nasce do espírito de oração. É mais fácil aceitar o outro quando se tem vida de oração. E quando a integração e o trabalho em amizade custam, então é a oração que suaviza, a oração reanima e estimula.

2) As brigas decorrentes da discussão dos problemas e da forma de apresentá-los faz com que as pessoas compreendam que sem oração tudo desanda. Alguém tem de renunciar, ceder, e isto é uma boa escola, não só na vida espiritual, mas também no teatro. Isto leva a oração.

Nos palcos do mundo, o Diretor é sempre um líder bem definido. É a pessoa que convida os atores a representar a peça. A peça, aliás, já está escolhida e o ator só deve fazer o que sabe. O Diretor também é um, escolhido entre todos: aquele que, ao parecer de todos, pode levar melhor os trabalhos conjuntos. No OPA, que é criativo, tudo há de surgir “do nada”. Não é bem do nada, e sim da coordenação e entendimento de todas as idéias. Há de se encontrar “o fio da meada”, a unidade central do que quer ser apresentado, e isso em pouco tempo. Pouco tempo de duração da peça, pouco tempo para os ensaios e apresentação. Isto deixa nervosos os participantes e sem um espírito bem aberto e conciliador, não se consegue fazer nada. Coisa que aconteceu muitas vezes, até acertarmos e entendermos que o OPA requeria menos esforço e mais entendimento. Menos coisas a dizer e com mais força, etc.

Quando o teatro apresenta de maneira brilhante o TEMA de nossa meditação, a oração se enche de conteúdo. Já não se trata simplesmente de recitar orações, e sim de entrar no âmago dos problemas do mundo e comtemplá-los com o olhar de Deus, se isto for possível. A oração de todos se torna então uma coisa mais plena. A pesquisa faz parte do teatro, e passa a fazer parte da oração. Passamos a compreender atitudes e defeitos dos nossos irmãos e a encontrar suas virtudes mesmo quando estas parecem escondidas entre misérias e fraquezas.

Criam-se no OPA novas peças de teatro, que devem ser conservadas em arquivo para seu posterior aproveitamento. Mesmo que estes apontamentos sejam apenas rascunhos devem ser guardados em arquivo. Podem ser úteis ou para a reconstituição da peça para ser publicada ou para servir de base a um eventual aprimoramento que outro grupo possa promover.

Por isto, é preciso tomar nota das linhas centrais e de todos os detalhes possíveis, que podem ser os seguintes:

– A peça deve ter um nome indicado pelos criadores.

– Informar no roteiro claramente quem é o autor(a) principal e quem é colaborador(a).

– Um roteiro sintético, com indicação das diversas partes. É bom que estas partes também tenham nomes nomes.
– Indicações de como fazer o cenário, ou explicações escritas de como era o cenário original. Fotografias, se possível.

– Gravação da parte musical, mesmo que seja de baixa precisão técnica.

– Gravação em vídeo, mesmo sem grande qualidade, para registro geral.

– As letras das musicas e indicação de procedência. (autores)

– Os diálogos ou insinuações de diálogo. Também por escrito. (Pode ser o rascunho, mas com título bem definido para saber depois onde incluir).

No encontro, o teatro pode ser apresentado de forma criativa também. Por ex., dividido em cenas apresentadas em diversos momentos e lugares. Cada pedaço, assim,se tornando uma oração de um todo. Aproveitando um conceito básico do OPA, que é ” a oração em todos os mentos e todos os lugares”.

A apresentação completa, aproveitando espaços diferentes do ambiente e não só espaço tradicional de palco. Mas é claro que, se necessária, infra-estrutura de luz som e ambiente, nada impede a utilização de palco, auditório.

MUSICAL SENHOR DOS PASSOS – VIA SACRA

Criada e produzida durante a quaresma de 2015, em encontros de OPA com os jovens da paróquia São João de Brito, onde um grupo do OPA de SP participa.
Apresentação realizada no dia 29 de março de 2015,  na Paróquia São João de Brito, em São Paulo, SP, com integrantes do Grupo “JOB para Cristo” e Grupo OPA São Paulo.

COMO MANDA A LEI

No final de 1984 o grupo OPA, no encontro regional de Salvador, criou as 5 primeiras canções para o que seria rezar o terço em forma de arte. Em Salvador também, em Janeiro de 1986 durante o encontro Nacional, foi criado todo o restante: roteiro, texto, músicas, danças, coreografias, figurinos, cenários… Tudo, durante apenas uma semana e que foi batizado com o nome de “Como Manda a Lei”. O Rosário em forma de Musical. O OPA teve a honra de apresentá-lo ao vivo na própria casa de encontros (o CTL de Itapuã) para Dom Avelar, o então Cardeal Primaz do Brasil. O Grupo OPA de Salvador, baseado nesse musical, fez algumas adaptações e o apresentou no Cine Teatro Solar Boa Vista, em Salvador, em 24 de outubro daquele mesmo ano. Esse é o vídeo da apresentação gravado em VHS.

AUTO DE NATAL 2014
OPA E GRUPO JOB

Auto de Natal feito em 2014 pelo JOB para Cristo e do grupo OPA na Paróquia São João de Brito, SP, Brasil. Foi adaptado do roteiro criado pelo Grupo OPA Salvador em 2006. As canções são criadas pelo Grupo OPA de diversas localidades e em anos diferentes de sua existência, desde 1976.

AUTO DAS 4 ESTAÇÕES DO PERDÃO

AUTO DAS QUATRO ESTACÕES DO PERDÃO

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INVERNO
É noite, pesa uma montanha em meus ombros
Cavei, caverna, um túmulo, meu próprio breu
Escureceu, a luz se foi para sempre, fatal
As dores, as vozes, lembranças de um mundo antigo
Que foi, que precisa ir, uma montanha de remorsos
De sonhos que vão minguando, ou já se foram
E relações, e projetos, e desejos, e viagens, e caminhos
Choveu, esfriou, inundou, alagou, infiltrou, encheu
Lama, o começo de tudo, ou o fim, que fim
O princípio de tudo volta pra fazer morrer
Pra fazer nascer, se tinha que dar errado, deu
Danou-se, já era, partiu, morreu mais uma vez
E era preciso morrer, e aceitar o futuro, não vê
Aceitar a passagem, afiar a faca, alinhar a meta
Inconscientemente na cruz, sereno, sem pressa
Premissa, promessa, o princípio de tudo
Conscientemente nu, exposto, entregue
Já se perdeu o perdido, já se rompeu o partido
Uma luz no fim do túnel, agora, um brilho
Tentei, não deu, provei, errei, feriu, doeu, já foi
Agora ficou o aprendido, talvez, se foi entendido
Memória, gravada, latente, presente, leve
Curando, vencendo, tá tudo enterrado,
Faltou cuidado, bem sei, ficou, e vamos pra frente
Féretro, o princípio de tudo, ou não, passou

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PRIMAVERA
Passou. Saí. Ver o que sobrou, o resto
Vazei, esgotei, usei até o final, esvaziou
A divisão não exata das parcelas, o resto
Um novo começo. Estrada, abri outra conta
Pra fazer um dobrado, crescer, multiplicar
Um mundo, possíveis, sequer esperados
E livres, e novos, e sempre brotando
Olhando de novo, os cacos, o resto
Dormir ao relento, ainda, passando
Resfriado e sereno, brisa, passando,
Preparando a subida, a trilha, a via
A circulação dos sentidos, sementes
Preparando o futuro, trabalho, sementes
Terrenos e planos latentes, as frentes
Anseios, ancinhos e sonhos, virando.
Mexer, cutucar, tonificar, sorver
Adoçar, salgar, saturar, verter
Saborear, cuidar, regar, prover
Fecundar, gerar, nascer, desenvolver
Aceitar, conhecer, deslanchar, surpreender
Perdoar-se, abrir-se, permitir-se, assumir-se
Humanizar-se, perder-se, dimensionar-se. Salvo.

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VERAO
Sombra. O meio do dia queimando.
Trégua. O meio da vida ardendo.
Forja. Martelo batendo no ferro.
Pedra. Marcado pra sempre na fronte.
Flama. Sinal de batalhas passadas.
Poros. Suor escorrendo no corpo.
Fera. O fogo ardendo por dentro.
Corro até os extremos dos quatro pontos cardeais
Saltando por todas as fendas da terra sob meus pés
Feito uma onça no sertão que jamais acaba
Inebriado do sentido de uma vida nova nas veias
Que me acende o desejo de avançar e expurgar lembranças
E ao mesmo tempo explorar as possibilidades do novo
Liberto. O pólem da flor da maçã.
Incerto. Ciente dos riscos do mar.
Aberto. Disposto a lutar pela alma.
Prudente. Capaz de parar quando devo.
Humilde. Mestre em ser aprendiz.
Maduro. No passo sem pressa da vida.

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OUTONO
É tarde. A montanha inteira sob meus pés marcados
Sou fruto dos frutos que nos foram dados, verdade
Uma liberdade crescendo por dentro e em torno
Um ato de coragem e frágil, pequeno, um fruto
No alto da montanha e pleno, as cores transformando-se, rubro
O sangue nas veias, a vida, o mundo nascendo de novo
O princípio de tudo, perdão fluindo de dentro, do meio, do alto
Água. A fonte brotando da pedra. Batismo.
O peito aberto na cruz, passagem para um outro ciclo
Envolto numa dimensão maior do todo, do ser
O que foi criado e o que vem, o futuro, a liberdade de Deus
Pra surpreender o que é, os inesperados da vida
As folhas caindo na terra, os frutos, as flores virando presente
Promessas. Perdão cultivado na vida. O fruto.
E a volta ao começo. A tênue linha do equilíbrio.
A fraqueza da carne, o barro das origens
A busca incessante de leveza, de aprender dos tropeços
E aceitar-se filho, pródigo, herdeiro do Reino, pequenino
Portador de um dom, de um projeto, de um templo
Um sinal de esperança, talento, um brilho,
Que mesmo decaído, de novo, no ventre da terra
Espera, e sabe-se herdeiro do Reino e, filho, ao pai torna.