AUTO DA PAIXÃO – SEMANA SANTA 2025

AUTO DA PAIXÃO – SEMANA SANTA 2025

Áudio e roteiro

AUTO DA PAIXÃO

O Grupo OPA de Salvador gravou esse Auto em áudio para a Rede Excelsior de Salvador. Foi ao ar na Sexta-Feira Santa, dia 18 de abril de 2025.
Ouça completo aqui  e logo em seguida o roteiro completo.
Disponível também em PDF. CLIQUE AQUI

AUTO DA PAIXÃO -SEMANA SANTA – 2025

LEITOR 1: Olá! Somos o Grupo OPA, fundado pelo jesuíta Padre Irala. Convidamos você a rezar conosco este Auto da Semana Santa. Comecemos pelo sinal da cruz cantado.

TODOS: SINAL DA CRUZ CANTADO.

LEITOR 2: Quaresma! Esse é um tempo de reflexão, de transformação, de revisão de vida… A partir da contemplação da experiência profunda do AMOR de Jesus, surge muito espaço para que rearrumemos nossos corações, repensando nossas atitudes e nos perguntando: O que temos feito em nome desse Amor Maior?

LEITOR 3: Nós estamos aqui para contar mais do que uma história de Amor: a história do Amor que se entrega livremente para o bem de toda humanidade e – o que é mais bonito – para o bem de cada um de nós!

LEITOR 1: É sempre difícil, para nós, pensarmos que essa foi uma história escolhida por Jesus, acolhendo a missão que lhe foi confiada pelo Pai. Ele poderia ter caído na tentação de colocar tudo em segundo plano e salvar a sua pele, mas, não: Ele foi até às últimas consequências. Jesus via seu Pai em todo lugar: na natureza, nas tristezas da vida, na vontade de amar, e ali encontrava sua razão para andar, mesmo quando chegava o anoitecer.

Música: HÁ UM DEUS

Narrador: Jesus pede aos discípulos que busquem um jumentinho para que Ele entre em Jerusalém. Pois é montado num jumentinho que Ele é saudado como Rei, um rei sem coroas, sem cavalos de raça, sem pompa… Entra em Jerusalém o rei dos simples, dos humildes, dos pobres e dos excluídos. É exatamente aí que está a Sua força! Não há limites pra Deus! E assim Ele é aclamado: Hosana! Hosana! Aleluia! Aleluia!

Música: FORÇA

Narrador: Chegado o Dia da Festa dos Pães, ao anoitecer, Jesus foi ao local que havia pedido que lhe fosse preparado. Foi durante a Ceia que Ele falou sobre a traição de um dos doze e confirmou que tudo aconteceria como estava escrito. Enquanto ceavam, Ele tomou o pão e falou:

Jesus: Isto é o meu corpo que entrego por vós. Fazei isso em memória de mim. Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Todas as vezes que beberdes dele, fazei-o em memória de mim.

João: Eu sou João. É impossível, para nós, explicar o que vivemos naquela noite. Foi tudo muito simples e, ao mesmo tempo, muito intenso… Entendemos muito pouco… A saída de Judas da sala, a partilha do pão e do vinho, e tudo o que aquela comunhão representava….

Narrador: E Pedro continua:

Pedro: E o que dizer do lava-pés? Como eu poderia deixar que o Meu Mestre lavasse meus pés? Pés sujos, empoeirados das estradas de terra, feridos…. Quando O vi a minha frente e pude sentir Suas mãos limpando meus pés com todo seu amor, entendi o que era serviço! Mais do que isso, entendi que a minha resistência em deixar que Jesus me lavasse os pés não era humildade: era vaidade, era orgulho…. Ser servido, deixar-se amar é entender-se pequeno. Servir e amar é fazer-se pequeno com os pequenos…. Não é preciso ser perfeito para ver-se digno de ser amado. A mão de Deus é perdão para os meus pecados, é Ele quem me faz digno.

Música: DIGNO

Narrador:

Lavar os pés significa serviço.

Lavar os pés significa a capacidade de se colocar na posição de quem serve, de quem se entrega ao outro para purificá-lo, para facilitar sua caminhada.

Deixar que nos lavem os pés implica partilha.

Deixar que nos lavem os pés implica confiança, é o entregar-se ao outro, com as sujeiras do caminho e os calos da história.

Narrador: Citação bíblica (Mt 26, 36 – 45) A Agonia no Horto: “Então Jesus foi com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse aos discípulos: ‘Sentai-vos aí enquanto vou até ali para orar.’ Levando Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Disse-lhes, então: ‘A minha alma está triste até a morte.’ Permanecei aqui e vigiai comigo.’ E, indo um pouco adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: ‘Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres.’ E, ao voltar para junto dos discípulos, encontra-os dormindo. E diz a Pedro: ‘Como assim? Não fostes capazes de vigiar comigo por uma hora! Vigiai e orai, para que não entreis em tentação, pois o wespírito está pronto, mas a carne é fraca.’ Afastando-se de novo pela segunda vez, orou: ‘Meu Pai, se não é possível que isto passe sem que eu o beba, seja feita a tua vontade!’ E ao voltar de novo, encontrou-os dormindo, pois os seus olhos estavam pesados de sono. Deixando-os, afastou-se e orou pela terceira vez, dizendo de novo as mesmas palavras. Vem, enteão, para junto dos discípulos e lhes diz: ‘Dormi agora e repousai: eis qu a hora está chegando e o Filho do Homem está sendo entregue às mãos dos pecadores.’

Música: HORTO

Narrador: Pedro fala sobre a noite no Monte Getsêmani:

Pedro: A noite era muito escura, até as estrelas pareciam ter desaparecido. Eu tenho acompanhado Jesus em vários momentos… Na noite do Horto, não consegui fazer companhia ao Mestre como Ele havia pedido… Eu ouvi os seus suspiros e gemidos enquanto rezava sozinho, mas o sono fazia caírem meus olhos e o pesar abatia meu coração…. não consegui estar com Ele.”

LEITOR 2: E como são nossos momentos de solidão?

LEITOR 3:

Mergulho no silêncio

O vazio sufoca, incomoda, desestabiliza….

Vácuo que me suga a um buraco negro:

desconhecido e por isso temido,

ausência total de referências….

Falta atitude, falta movimento

Fica só o desalento de nada saber….

Nada mais sei do que sabia antes…

No silêncio, o vazio fala línguas que eu não sei traduzir….

No vazio, o silêncio me diz coisas que eu não consigo ouvir….

Tento, insisto, invisto numa busca que não sei onde vai dar,

exercício de me entregar sem tantas perguntas,

tentativa de me lançar mesmo sem respostas…

Quero morrer com a dor que quebra limites…

e transcender com o apetite de saborear a existência.

Quero saber morrer e poder sofrer a cada minuto

escolhendo renascer

na consciência de que o mais bonito

é deixar-se amar pelo infinito que transcende explicações”

LEITOR 1: Quando estamos sós, sofrendo, aquela dor é só nossa…Ninguém consegue ocupar o nosso lugar naquele momento, para sentir aquela dor em nosso lugar… Você já sentiu essa solidão? Por outro lado, já parou para pensar em quantas pessoas estão sós perto de você? Quantas vezes você se sentiu só, estando perto das pessoas?

LEITOR 2: Quantas vezes bastaria um olhar, bastaria a mão nas costas, bastaria o silêncio companheiro… Mas você NÃO estava lá…

LEITOR 3: Jesus está só…completamente só…

Judas: Sou Judas. Eu não odiava o mestre, mas me decepcionei com Ele. Cometi um erro grave ao traí-Lo, paguei por isso. Como eu lamento aquele beijo. (silêncio)

Narrador: Depois de preso, Jesus foi levado até Pilatos. Mas Pilatos, para não se comprometer, lavou as mãos e delegou ao povo a decisão… E o povo gritou:

LEITORES 1, 2 e 3: Crucifica-O!

LEITOR 1:

Somos o Povo

Nós somos o povo que fica perto quando quer milagres

e o que se afasta quando há perigos;

o povo que celebra efusivamente a chegada em Jerusalém

e o que passivamente assiste à caminhada do Calvário.

LEITOR 2:

Somos nós o povo que oferece vinho

e o mesmo que serve o cálice de fel.

Nós somos o povo que agradece

e o mesmo que acusa;

o povo que se mostra

e o mesmo que se omite;

o povo que louva

e o mesmo que condena;

o povo que precisa

e o mesmo que descarta;

o povo que quer tocar, ainda que seja nas vestes,

e o mesmo que as rasga,

o mesmo que ignora a dor.

LEITOR 3

Somos nós o povo!

O mesmo povo que clama “Ele é o Rei!”

e o que, impiedosamente, grita: “Crucifica-o!”

Nós somos o povo que partilha o pão,

que se diz irmão,

e o mesmo que nega, que trai

e que pede a condenação…

Somos nós o povo que levanta os ramos

e o mesmo que escolhe a cruz;

o povo que louva

e o mesmo que condena;

o povo que precisa

e o mesmo que descarta.

Somos nós, o povo!

Narrador: Citação bíblica (Lc 22, 63-65) Junto aos soldados, Jesus sofre as dores do mundo: “Os guardas de Jesus caçoavam dele, espancavam-no, cobriam-lhe o rosto e o interrogavam: ‘Faz uma profecia: quem é que te bateu?’ E proferiam contra ele muitos outros insultos.

LEITOR 1, 2 e 3 juntos ou gravação – FLAGELO:

Rasgam-lhe a pele,

fere-Lhe o espinho,

morre sozinho,

alquebrado e nu.

Nu e sozinho

como nasceu,

morre a carne

e renasce o Deus…

Narrador: Maria, Mãe de Jesus e de todos nós, sentiu também rasgarem-lhe o peito… A Ela, roguemos:

LEITOR 1 “Nossa Senhora das Dores, rogai por nós, pecadores

agora e nas horas de sofrimento de cada um de nós, seus filhos”

LEITOR 2 “Nossa Senhora das Dores, rogai por nós, pecadores

agora e nas horas de sofrimento de cada um de nós, seus filhos”

LEITOR 3 “Nossa Senhora das Dores, rogai por nós, pecadores

agora e nas horas de sofrimento de cada um de nós, seus filhos”

Música: AVE MARIA (PC)

Narrador: Citação bíblica (Mt 27, 27 – 31) A Coroação de Espinhos: “Em seguida, os soldados do governador, levando Jesus para o Pretório, reuniram contra ele toda a coorte. Despiram-no e puseram-lhe uma capa escarlate. Depois, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em sua cabeça e um caniço na mão direita. E, ajoelhando-se diante dele, diziam-lhe, caçoando: ‘Salve, ó rei dos judeus!’ E cuspido nele, tomaram o caniço e batiam-lhe na cabeça. Depois de caçoarem dele, despiram-lhe a capa escarlate e tornaram a vesti-lo com as suas próprias vestes e levaram-no para o crucificar.”

Narrador: Um soldado conta sobre como se deu a coroação do “Rei dos Judeus”:

Soldado (em tom de malandragem):“Eu estava lá quando eles deram o Mestre para que nos divertíssemos com Ele. Sou um simples soldado raso, sei brandir bem o chicote e cumpro meu dever. Quando ouvimos que Jesus se proclamava rei, arranjamos uns gozadores em nosso pelotão que adoravam uma brincadeirinha de mau gosto. Pegamos galhos com espinhos e fizemos uma coroa para Jesus. Depois colocamos um velho manto vermelho sobre seus ombros feridos. Ajoelhamo-nos como se ele fosse um rei, fizemos pilhéria, batemos-lhe na cabeça com um pedaço de pau. Todos entraram no clima da brincadeira: assobiavam, gritavam “Salve o Rei dos Judeus”! Nada pessoal, claro…. Ganhávamos para isso: para humilhar as pessoas. Jesus não era ruim, e em nenhum momento pediu clemência… Suportou todas as nossas barbaridades com altivez. Vocês me entendem? Não fiz por mal…..

Narrador: A dor de Jesus foi muito além da dor física, sua alma doía….

LEITOR 1: Como foi forte a sua dor…dor de espinho, que fura, que rasga….

Abandonado! No abandono de todos, a entrega de quem aceita… a coroa que lhe é colocada.

Tudo Ele suportou, tudo superou….

LEITOR 2: Ele sabia que o fim era apenas o começo de tudo

E nós? Como reagimos às situações difíceis? Caímos como perdedores ou conseguimos fazer, de cada aparente derrota, um aprendizado? Como reagimos à dor?

LEITOR 3: Quem foram os que coroaram Jesus com a coroa de espinhos?

Se fosse hoje, nós também estaríamos lá?

Nós também magoamos, também fazemos pessoas sofrerem com as nossas atitudes…

LEITOR 1: Além disso, muitas vezes, nós colocamos coroa de espinhos sobre nossas próprias cabeças. Quando, como e por que nos fazemos sofrer a nós mesmos?

LEITOR 2: Jesus sofreu tanto! Ele sofre… Muito grande é sua dor… Eu não quero ser um daqueles que nunca te amou!

Música: MEU DEUS, MEU SENHOR

Narrador: Citação bíblica (Lc 23, 26 – 33) O Caminho do Calvário: “Enquanto o levavam, tomaram um certo Simão Cireneu que vinha do campo, e impuseram-lhe a cruz para levá-la atrás de Jesus. Grande multidão do povo o seguia, como também mulheres que batiam no peito e se lamentavam por causa dele. Jesus, porém, voltou-se para elas e disse: ‘Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos! Pois, eis que virão dias em que se dirá: Felizes as estéreis, as entranhas que não conceberam e os seios que não amamentaram! Então, começarão a dizer às montanhas: Caí sobre nós! E às colinas: Cobri-nos! Porque se fazem assim com o lenho verde, o que acontecerá com o seco?’ Eram conduzidos também dois malfeitores para serem executados com ele.”

LEITOR 3: Quantas pessoas vivem um calvário em seu dia a dia…Não sabemos o que acontece no coração de um menino de rua, nem de um executivo, de uma estudante nem de um operário, de um religioso nem de uma mãe… Na diversidade de nossos povos, uma diversidade de cruzes…

Música: CALVÁRIO

Narrador: Cireneu, você que ajudou Jesus a carregar sua cruz, o que tens a nos dizer?

CIRINEU: Sou habitante de Cirene, por isso sou chamado Cireneu! Durante anos sonhei com uma peregrinação a Jerusalém…. Consegui realizar meu sonho. Viemos do campo, mas minha família parou para ir às compras e eu fiquei a observar o cortejo de um criminoso carregando a sua cruz. Fui, então, de repente, obrigado por um oficial romano a ajudar o criminoso. Senti raiva e revolta. Senti que estava no lugar errado e na hora errada. Foi aí que olhei no rosto do homem. Ele fez um gesto com a cabeça como que agradecendo. Jamais esquecerei aquele olhar…. A cruz ficou mais leve… Minha vida mudou quando ajudei a carregar a cruz de Jesus! E você? Já parou para olhar nos olhos de cada pessoa que caminha com sua cruz, muitas vezes sob tantos julgamentos? E quanto a Deus? Ele, sim, fez tudo por mim e por você. E nós o tratamos como se tudo o que Ele fez ainda fosse pouco.

Música: QUE MAIS PODIA EU TER FEITO

Narrador: Em certo momento, no caminho para o Monte Calvário, uma mulher chamada Verônica, condoendo-se do sofrimento de Jesus, enxugou-lhe o rosto com um véu. O véu ficou marcado com a imagem do rosto de Jesus.

LEITOR 1: E quem são as Verônicas de nossos dias? Quantas vezes nos colocamos nesse lugar de cuidado a partir dos gestos mais simples? Quantas vezes demonstramos compaixão e nos adiantamos, sem precisar que sejamos chamados, para ajudar o próximo?

Verônica: Eu sou Verônica. Eu estava lá! E, hoje, onde estão as Verônicas? No rosto suado de cada uma das pessoas, tantas verdades e dores escondidas…. A dor do policial e da família abatida pela violência, a dor dos professores e dos alunos que fogem de tantas ameaças… A dor do povo, a dor do Brasil… Quem enxugará esses rostos?

Narrador: Citação bíblica: (Mc 15, 23 – 27) Crucificação e Morte: “Deram-lhe a beber vinho com mirra, que ele não tomou. Então o crucificaram. E repartiram as suas vestes, lançando sorte sobre elas para saber com o que cada um ficaria. Era a terceira hora quando o crucificaram. E acima dele havia uma inscrição da culpa: ‘O Rei dos judeus.’ Com ele crucificaram dois ladrões, uma à sua direita, o outro à esquerda.”

LEITOR 2: Mesmo sendo pecadores, diferentemente de Jesus que nunca fez nada de errado, podemos ser crucificados ao lado dEle, como aqueles dois ladrões:

Dimas: Sou Dimas, todos me classificam como ladrão, sendo que alguns me chamam de O Bom Ladrão. Mas esse rótulo de ladrão é o primeiro a ser lembrado. Eu fui crucificado ao lado de Jesus. Não tive a sorte que Barrabás teve de ser solto, mas, ficando tão perto de Jesus, pude olhá-lo bem… Como Ele era diferente! Fiquei encantado por Ele… Sua amabilidade, sua capacidade de perdoar, sua intimidade com Deus… Não resisti e pedi: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares em Teu reino.” Ele virou-me a cabeça e respondeu: “Hoje mesmo estarás comigo” – e eu me converti. A partir daquele momento, alguma coisa se transformou dentro de mim… O Amor me tocou e eu me converti.

Narrador: E Maria? Onde e como fica uma mãe diante de tanto sofrimento, tantas injustiças? Maria, chorosa e sofrida estava de pé, aos pés da cruz!

Maria: Enquanto eu observava tudo o que estava acontecendo, eu me perguntava se eles seriam capazes de compreender o coração de uma mãe… Ali, o que me sustentou foi a fé: fé no Meu Deus amoroso, misericordioso. O meu coração e o de Jesus se encontraram nessa dor, mas também na certeza da Missão de meu Filho. Antes de morrer, Ele me entregou João para ser o filho que eu haveria de cuidar e de ser cuidada por ele. Mantive-me firme aos pés da cruz….Não vi ali muitos de seus discípulos.

LEITOR 3: Você se considera discípulo? E você está presente no sofrimento desse Jesus que habita cada pessoa? Ou você só vai até o outro quando quer convidá-lo para uma festa, um cinema, um passeio? Talvez seja este um bom momento para essa reflexão e um pedido de perdão…

Música: PERDÃO, SENHOR

Narrador: Citação bíblica: (Lc 23, 44 – 46) Sobre a morte: “Era já maios ou menos a hora sexta quando houve treva sobre a terra inteira até à hora nona, tendo desaparecido o sol. O véu do Santuário rasgou-se ao meio, e Jesus deu um grande grito:”

Jesus: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.

Narrador: “Dizendo isso, expirou.” Maria Madalena também estava lá, indignada e triste….

Música: LAMENTO DE MADALENA

LEITOR 1: Coloquemo-nos no lugar de todas as mães que veem seus filhos serem mortos e sofrem essa dor que não tem nome. Que Nossa Senhora das Dores, a Maria da Noite Escura, acolha-as e interceda para que tenham seus corações consolados.

Música: MARIA DA NOITE ESCURA

Narrador: Do vazio mais profundo, da dor mais intensa, da solidão mais dolorosa nasce a última frase, que é de consolação e reencontro: “Tudo está concluído. Em Tuas mãos entrego meu espírito.”

Em Tuas mãos, Abbá, Jesus entrega seu espírito, na certeza do acolhimento, na confiança da promessa de ressurreição.

Depois de ter abraçado a cruz como quem abraça toda humanidade sofredora, depois de ser crucificado de braços abertos como quem está à espera de quem quiser se chegar, Jesus se entrega, se abandona…. Não com o sentimento de quem foge ou desiste, mas mergulhando na experiência de quem ama e confia, de quem se doa gratuitamente, como a criança que segue correndo e se joga nos braços do Pai.

E nós, como devemos viver a Santa Semana? Experimentando o sofrimento e a morte de Jesus, mas não como uma derrota, porque, desde o início, Ele sabia, e nós sabemos, que a ressurreição vem! Na nossa vida, muitas vezes nos falta paciência para esperar a nova vida após uma grande tristeza, esquecemos que Deus é tudo, ficamos amedrontados, duvidando do que virá. Por que nos perturbamos?

Música: SÓ DEUS BASTA

Narrador: Dos braços do Pai, que o levanta após três dias, do coração do Pai, que não desiste da humanidade, é que Jesus ultrapassa todas as barreiras, desarma todos os conceitos, quebra todas as convenções e, na simplicidade que marcou toda sua vida, ressuscita. Ele vive! Vivamos cada momento da Semana Santa na mais profunda experiência do Amor. Deixemo-nos habitar pela solidão do Horto, do Calvário e da cruz, mas jamais deixemos de alimentar a esperança de que “tudo passa, só Deus basta”, como nos ensinou Santa Tereza de Ávila. Aproveitemos esse tempo para faxinar nossos corações, abrir nossas portas e janelas para sentir a luz do dia! Sente! É Deus que chama! Jesus ressuscitou e nos ressuscita a cada uma das tantas mortes que experimentamos ao longo da vida. O Amor venceu! O Amor sempre vencerá!

Música: MELODIA DA RESSURREIÇÃO

LEITOR 2: O Grupo OPA deseja a todos uma Semana Santa de reflexões e uma Feliz Páscoa!

LEITORES

LEITOR 1: Gilberto

LEITOR 2: Nanda Villela

LEITOR 3: Laura

Narrador: Cris Cunha

Jesus: João Carvalho

João: Fernando Oberlaender

Pedro: André

Judas: Geraldo Cintra

Soldado: Tuco Marcondes

Cirineu: Lucas Lucas

Verônica: Marilu

Dimas: Alan

Maria: Angela Araujo .

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