CATEQUESE PARA A ORTOPRAXIA

CATEQUESE PARA A ORTOPRAXIA

AUTORIA: Padre Irala
ANO DE CRIAÇÃO: 2021

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Poucos católicos se identificam com a sua Igreja: O que podemos fazer?

A Arquidiocese de São Paulo realizou nos anos 2018-20 um Sínodo Diocesano para estudar todos os problemas da pastoral, incluindo, é claro, a catequese. Do documento escrito por Dom Odilo Scherer cito o número 4.1.

“No passado, os católicos “não praticantes” continuavam, de alguma forma, a identificar-se com a Igreja Católica. Na atualidade, isso está mudando rapidamente e, cada vez menos, esses irmãos “não-praticantes” identificam-se com a fé da Igreja e com a prática da vida cristã. Cada vez mais eles se desligam da Igreja e da fé católica, aderem a outros grupos religiosos ou tornam-se “indiferentes” à religião. Como consequência disso, já não realizam mais o casamento religioso, mediante o sacramento do matrimónio, não fazem batizar os filhos, nem os encaminham para a catequese e outros sacramentos de iniciação cristã (Crisma e Eucaristia). E assim aumenta rapidamente entre nós o fenômeno dos novos “pagãos”, filhos e netos de pais e avós católicos praticantes. Isso não nos deve deixar indiferentes. O que podemos fazer?

Contatou-se um crescente distanciamento e falta de identificação de católicos em relação à nossa Igreja, como se fossem filhos que não se identificam com a própria família. Como entender isso e o que pode ser feito para mudar essa situação?

Cresce uma certa mentalidade “consumista e mercadológica” em relação à Igreja e à religião, onde a paróquia, em vez de ser entendida como” comunidade de pertença”, da qual se participa, é vista mais como “fornecedora” de bens e serviços religiosos oferecidos no “mercado religioso”… De certa forma, isso pode se enquadrar na cultura atual, marcada pelo subjetivismo e o individualismo até mesmo na religião. Mas isso não vai bem e não nos deve deixar indiferentes! Que podemos fazer?

Não me alongo mais e apenas invoco os vários outros documentos dos Papas e da CNBB que falam desses problemas e de suas possíveis soluções. Cito apenas o Itinerário Catequético editado pela CNBB (2015), que tem uma bibliografia no final

Quando, como sacerdote, como confessor, pergunto ao crismando ou aos noivos quanto tempo faz que não confessam: a resposta quase sempre é a mesma: desde o evento anterior. É nisso que foi dar nossa catequese? O esforço abnegado de milhares de catequistas, leigos e leigas entregues a uma tarefa que vai dar no catolicismo que temos? Catolicismo de nome, catolicismo social de carteirinha, infantil, inoperante, escrupuloso, anémico, sem alimentação nem na palavra nem na eucaristia, sem vivência e sem alegria, sem engajamento e sem frutos?

O Encontro de Catequese Ciência Oração e Arte, utiliza todo o instrumental e tecnologia do OPA que já tem mais de 40 anos e muita gente trabalhando assim em Salvador, Recife, Teresina, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Bauru, Curitiba e no exterior no Equador, Paraguay e Estados Unidos.

Esta é uma catequese, clara e definidamente pensada e escrita para o Brasil e Latino américa.
É também uma base em ideias e exemplos para uma catequese feita em vários anos através de Encontros familiares realizados para crianças entre 5 (ou 6) anos e 14-15, seus pais e parentes, junto com o Pároco ou com o Vigário, ou com o Bispo (por que não?), Catequistas, Irmãs religiosas e Seminaristas.
O Encontro de Catequese, Ciência, Oração e Arte não é um novo movimento, e sim uma escola de formação complementar permanente que visa formar comunidades clara e autenticamente cristãs e católicas. É preciso nos determos um pouco para entender em toda sua profundidade o que é uma comunidade.

Em primeiro lugar precisamos aceitar que muitos dos grupos que rodeiam paróquias, dioceses, colégios etc. não são por si mesmas comunidades e sim sociedades fundadas para uma certa finalidade, por exemplo as pastorais todas: Pastoral do batismo, dos casais de segunda união, pastoral da crisma, o dízimo, etc.

A comunidade catequizante:

A comunidade que pretendemos é a comunidade cristã, enquanto está enraizada em Cristo, sua vida e ensinamentos; e é comunidade católica, enquanto é comunidade aberta a outras pessoas e ao mundo.

Assim como definiria São Pedro, comunidades são Igrejas que se constroem com pedras vivas, ou seja, cristãos seguidores de Cristo e praticantes do seu ensinamento; vivendo os valores cristãos e compartilhando com os outros participantes como se compartilha numa família. Ali estão homens e mulheres, crianças, jovens e adultos com seus pais e padrinhos. Ali também estão as e os catequistas e quem faz a catequese é toda a família, orientada pelo mentor sacerdote ou bispo.

A crise que vivemos hoje não é apenas a da catequese, mas de toda a educação pois que estancada em moldes que já não mais se adequam as necessidades da realidade mutante de nossos tempos. Quando perguntaram a Jesus como se reconheceria a diferença entre o bom e o falso profeta, Ele respondeu: PELOS FRUTOS E os frutos de nossa catequese hoje parece não serem os esperados. E os frutos da educação geral são também duvidosos. Forma cidadãos que não sabem escolher seus líderes, que se deixam enganar pelas utópicas afirmações populistas de pessoas oportunistas, e tarde acabam descobrindo tarde seus erros e tropeços às custas de inumeráveis sofrimentos.

Primeiro princípio para formar Comunidades:

Deus Pai é quem os traz. “Não fostes vós que viestes a mim, mas foi o Pai que os trouxe” (Jo 6, 44)

Eu faço parte de uma comunidade de Jesuítas e tenho certeza de que Quem me guiou até ela foi Deus, e assim, qualquer um que analisa bem suas causas e propósitos também conclui que Deus, misteriosamente, o conduziu nos caminhos do bem, o afastou dos caminhos do mal e o aproximou à comunidade à qual pertence. Isso só pode ser conhecido pela reflexão, pela meditação e pela oração ou discernimento.

O Chamado: estamos acostumados a ser chamados por muitos e diversos meios. Por um amigo ou amiga, por uma carta, ofício, ou pelos meios de comunicação, rádio TV, Redes sociais etc.
O centro da comunidade eclesial, o fator de unidade, é o pároco, o bispo, o Papa. Como fator de unidade, ele cuida que não haja gente negativa, pessoas que dividem, que destroem a unidade. Pode haver discordância, mas no diálogo, tendo o valor da unidade como muito importante.

– A personalidade de quem chama é importante, porque geralmente irão se aproximar dele ou dela pessoas que de alguma maneira combinam com ela.

– Eu aproximei de mim e formei uma comunidade grande:

– Sou “cidadão do mundo”, universalista e neste sentido, católico
aproximei de mim gente de iguais sentimentos e ideais.

– Sou músico e amante das todas as artes, sensível, faço canções: a letra das minhas músicas me aproximou de um outro grupo e vieram a mim, artistas plásticos, pintores, músicos, bailarinas.

– Gosto de modernidade: computador, redes sociais: atraí semelhantes.

– A ciência me interessa vivamente: vivo estudando. Atraí pessoas estudiosas e inteligentes.

– Sou calado, meditativo, secundário: vieram a mim gente parecida: homens e mulheres.

E assim por diante.

Jesus teve junto de si pessoas que se interessavam no reino de Deus, na vinda do Messias, do cumprimento das promessas dos profetas.

Pessoas comuns, hebreus, pescadores, cobradores de impostos, pecadores/as arrependidos, mulheres religiosas, pessoas todas capazes de renunciar a tudo em troca de uma única coisa, a mais vital, a mais transcendental que era o Reino de Deus.

ETAPAS:

Encontros versus Cursos:

– Segundo nosso costume a catequese mais intensiva é feita em ocasiões que antecedem à recepção de 4 primeiros sacramentos.
1) Antes do batismo, preparando pais e padrinhos
2) Na preparação da criança para a primeira comunhão
3) Na preparação dos adolescentes para a Crisma e
4) Na preparação dos jovens casais para o Matrimónio.

Cada Paróquia se esmera em colocar gente qualificada e abnegada que dedica bom tempo a essa tarefa.
Mas acontece que, por alguma razão, não conseguimos o efeito procurado que seria termos cristãos ativos e praticantes. Sou sacerdote e tenho bastante experiência de confessar crianças antes da primeira comunhão, jovens antes da Crisma e do casamento: quando pergunto quanto tempo faz que não comungam e confessam, geralmente dizem que confessaram para o evento anterior. Não sabem dizer qual é a obrigação que tem como cristão de confessar cada certo tempo. Os espaços entre os sacramentos ficam vazios de prática e assim de catequese e sobretudo vazios do alimento eucarístico que também educa, que também catequisa. Parece-me também, que os colégios religiosos não têm encontrado caminhos para formar todos seus alunos na religião dos seus educadores. É exasperante a quantidade de ex-alunos/as de colégios religiosos que são apáticos ou detestam qualquer referência religiosa, pela falta de adequação da linguagem e/ou por traumas provindos de má conduta de educadores que, às vezes ultrapassa toda civilização, como abuso de menores e sequelas. Os alunos/as não fazem o que seus educadores dizem, mas o que seus pais e educadores fazem ou não fazem.

Não me alongo mais e apenas invoco os vários outros documentos dos Papas e da CNBB que falam desses problemas e de suas possíveis soluções. Cito apenas o Itinerário Catequético editado pela CNBB (2015), que tem uma bibliografia no final.

Quero expor uma nova abordagem, nascida de uma nova experiência na qual trabalhei por mais 40 anos.

Breve histórico do meu trabalho:
OPA: Oração pela Arte.

Comecei a trabalhar com encontros para jovens em 1970, seguindo Pe. Haroldo Rahm que havia fundado o TLC (Treinamento de Liderança Cristã). Com o TLM ensinei aos jovens música nova e adaptada para cantar na liturgia em vernáculo. Ao TLM seguiu o OPA (Oração pela Arte) que integrava todas as artes, na proposta de:

– encontrar os caminhos de oração através de sua arte e
– ensinar outros a rezar com essa sua arte.
– Muitos dos produtos desse trabalho estão publicados em nosso site: www.opa.art.br

Desde o primeiro OPA, que foi realizado em Salvador em setembro de 1976, realizamos inúmeros encontros além de Salvador, em Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Teresina, Bauru, Goiânia, Santos, Itumbiara, Varginha, Vitória e no exterior no Paraguai e no Equador. Temos, pois, uma experiência de mais de 40 anos com Encontros, que se tornaram um sistema de formação permanente para jovens primeiro, e para crianças e adolescentes depois, já que esses jovens casaram e trouxeram seus filhos/as para os Encontros. Toda essa experiência nos permite afirmar que o que estamos propondo, já fizemos.
Inclusive com muitas e variadas
Além do mais tivemos que enfrentar muitas dificuldades:
– foram tempos difíceis de ditadura, quando tudo era investigado e suspeito;
– com jovens, e depois com seus filhos e filhas junto, com adolescentes e famílias inteiras.
– Em todo o Brasil, grupos locais e um grupo nacional, no Brasil, no Paraguai e no Equador.
– Sem demasiados subsídios externos: cada um pagando estadia, viagens etc. E cada grupo buscando seus subsídios através de feiras, contribuições diversas, rifas etc.

Devo dizer que falo em plural porque somos muitos os que já fizemos estes encontros e perseveramos no intuito de transmitir e comunicar nossas experiências.

Os Encontros do OPA são sempre alegres e animados,
– pela presença dos jovens e crianças
– porque são criativos (não são cursos) e há sempre essa alegria da novidade
– pela presença do Espírito de Deus, sempre jovem.

Encontro de Catequese Ciência Oração e Arte é um encontro pensado para criar uma catequese, dada fundamentalmente pelos pais, se ajudando mutuamente e seguindo as orientações do pároco e do bispo na ortodoxia, mas caminhando na ortopraxia, na prática da religião e sobretudo na aceitação da maravilhosa realidade existencial de que Deus nos ama.

Desde o ventre da mãe:

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Essa catequese começa no ventre da mãe, quando ela canta para seu bebê, cantigas de ninar feitas por ela mesma, ou junto com o pai. Canções que digam esse amor de Deus que se faz amor de pai e mãe e que, com a suavidade caraterística e apropriada, transmite segurança, enlevo e desejo de nascer, de viver e crescer a vida plena que é a vida em Deus.

Essa catequese continua quando na hora de dormir, pai e/ou mãe contam historinhas da bíblia, da religião e da família que se depositam com suavidade no mais profundo do coração da criança amada. Sabemos que a criança quando gosta de algo, repete ou pede para repetir. Essa repetição converte tudo em arte, cantilena, arrulho, cantiga de ninar.

Assim como os passarinhos catam comida, mastigam e depois regurgitam para nutrir seus filhotinhos, assim os pais pegam as difíceis explicações da religião e as transformam com todo amor no linguajar da própria criança que, por sua vez “inventa” palavras e modos de dizer, assim como inventa apelidos e batiza seus irmãos e irmãs e até os bichinhos de estimação.

Esta é a catequese radical que estamos propondo. Desde o ventre da mãe.

UMA BREVE TEOLOGIA PARA A ORTOPRAXIA:

Tem se insistido muito na ortodoxia, ou seja, no “acreditar certo”, mas a prática, (a praxe) tem ficado um pouco de lado na catequese. Quando eu me preparei para a primeira comunhão, pelos idos de 1948, minha mãe catequista, me fez aprender definições que até hoje lembro e não acho ruim ter aprendido. Eu também fui catequista dos 14 aos 19 anos, antes de entrar para a vida religiosa como jesuíta aos 20 anos e depois, por diversos tempos e lugares da América Latina (Bolívia, Chile, México, Paraguay, Equador, Brasil). Muitas das pessoas que fizeram e fazem OPA, são também catequistas nas diversas dioceses e paroquias em que atuamos.

O Deus in se é o Deus econômico

Quando iniciei a teologia, em São Leopoldo RGS em 1966, uma das primeiras descobertas, foi a frase de Carl Rahner, o maior teólogo do século passado, “A Trindade in se é a Trindade económica”. (A Trindade é, em si mesma, como ela atua por fora) Preocupado em saber como seria Deus em si mesmo, achei aqui uma resposta muito esclarecedora. Quer dizer que a gente sabe como é Deus “por dentro” quando analisa o que ele faz, “por fora”. E o que Deus faz por fora?

Deus Pai, Javé, cria o mundo e o universo, a natureza, o ser humano. É o que afirmamos na primeira frase do Credo: “Creio em Deus Pai, Criador…” Diante da terrível onda de incredulidade e ateísmo atuais, nós afirmamos que acreditamos, não só que Deus existe, mas que é Ele o criador de tudo e Pai não simplesmente meu Pai e sim “Nosso” Pai..
Deus Filho: Jesus integra em si o Criador (ens in se) e a criatura (ens ab alio). Vale notar que estas distinções são de Aristóteles, filósofo pagão, e apenas assumidas por Santo Tomás de Aquino e a escolástica. Unindo numa única natureza as duas naturezas, a divina e a humana, Jesus é o maior integrador.
Deus Espírito Santo, nos comunica a graça que é o dom de Deus, a Comunicação.

Três ideais do OPA e do Encontro de Catequese Ciência Oração e Arte:


Seremos
criativos: como nosso Pai, Criador. Ajudaremos a expandir a CRIATIVIDADE
Seremos
integradores como nosso Irmão, Jesus o Cristo. Ajudaremos para realizar a INTEGRAÇÃO
Seremos
comunicadores como o Espírito de Deus que nos comunica a graça. Viveremos a COMUNICAÇÃO.

O Encontro de Catequese, Ciência, Oração e Arte, transfere toda a tecnologia do OPA para a Catequese.

Ser católico é ter um Deus que é uno e trino.
– Deus Pai Criador, vem a nós com a criatividade dos pais que nos criam em vários sentidos, entre eles o de ser partícipes dessa criatividade do Pai.
– Deus Filho Integrador: Ao se integrarem para serem “dois em um” (como define Jesus em Mc 10, 6-9), os casais imitam o Filho que é integrador.
– E ao comunicarem seu amor como sendo o amor de Deus para seu filho ou filha, movem em si a força do Espírito Santo, que é Dom de Deus, graça. Este amor é o que santifica a entrega corporal do homem e da mulher como sendo imagem e espelho do amor que Cristo tem pela sua igreja, que São Paulo chama “mistério” (Efésios 5, 25-32). Este é o principal motivo, o principal objeto, a principal realização da catequese que é comunicar o amor de Deus através do seu próprio amor.
Muitas vezes nossas catequeses para a primeira comunhão, ou preparação para a Crisma, ou os Cursos antes do matrimónio, se tornam apenas uma ocasião para cair no consumo da sociedade mercantilista que aproveita as chances de vender eventos, vestidos, penduricalhos, santinhos, fotografias, bolos e chocolate. Tudo acaba num álbum de fotos, para mostrar às comadres e visitas.

Criatividade: Os participantes não precisam ser profissionais nas diversas artes, mas amadores. Entre os dirigentes precisamos de alguns que sejam melhores em música, dança e teatro.
Trabalhamos com todas as diferentes artes.

– as visuais: pintura, escultura, colagem, origami, costura, modas, fotografia
– as acústicas: música, oratória, poesia, teatro, dança, expressão corporal
– as artes integradas como o cinema e audiovisuais em geral; vídeos, clips…
– Se tiver alguém que queira participar na arte culinária, aceitamos

Se não temos alguém participante em alguma arte não forçamos a inclusão com aulas ou qualquer coisa semelhante.

O que nos interessa é trabalhar criando coisas que ainda não existem ou não sabemos da existência, mas também com coisas que já existem, canções, filmes etc. contanto que observemos as leis de direitos autorais.

– Integração, como nosso Irmão Jesus, integrador, lutaremos por integrar
tradição e a evolução o passado e o futuro a graça e a coragem de ser,
inteligência e experiência trabalho e pensamento, o amor e a morte
a teoria e a prática ação e contemplação, o homem e a mulher.
oração e apostolado, Oriente e Ocidente,
a ciência e o humanismo, a caridade e a justiça,
ordem e progresso, liberdade e compromisso,
juventude e maturidade, a revolução e a paz,

No OPA nós temos a prática dessa integração já bem assentada. Quem entra num Encontro do OPA de repente, encontrará, idosos de 82 anos como eu e outros, crianças, jovens, adultos, trabalhando harmonicamente sem conflitos, sem atritos, com uma finalidade comum, chegar a Deus com a oração através da arte e (comunicar) ajudar outros a chegar a Deus através dessa sua arte. (Às vezes, mães levam crianças de colo, ou engatinhando, que são cuidadas ou pela avó, tia, ou alguma menina adolescente que adora isso).

Comunicação, como o Espírito Santo, Comunicador. Quando Deus comunica, comunica a si mesmo e o resultado é a Graça, a gratuidade com que fazemos tudo. A comunicação é uma qualidade dentro de nosso modo de sermos humanos. Os avanços modernos nos meios de comunicação, nos levaram a pensar que ali é que está a comunicação. Mas os meios apenas espelham a comunicação; a magnificam, a transmitem e a fazem ecoar pelo mundo inteiro. Assim a televisão, rádio, celulares, internet, e todos os meios. A comunhão sacramental é também uma forma de comunicação. Eu com Deus e nós entre todos sendo comuni-dade Deus se comunica em código e os códigos todos estão nas artes.

Sob a luz do Espírito Santo: O DISCERNIMENTO:

É muito importante neste este tipo de Encontros que a liderança use muito do discernimento. Para:
– Ver e sentir que tipo de pessoas assistem e participam, pois o grupo deve ser homogêneo, para não criar conflitos desnecessários, de qualquer espécie.
– Verificar que os temas dos encontros tenham um concatenamento lógico inteligível para todos os participantes.
– não deixar existir vazios, pessoas que se encontram deslocadas, assuntos complexos não bem explicados.
– Acudir às pessoas mais necessitadas, com apoio, conselho e acompanhamento.

A Catequese do Encontro de Catequese, Ciência, Oração e Arte:

Abrange 6 ou 7 períodos (o ideal seria 3 anos antes da primeira comunhão e depois, entre a comunhão e a crisma, o tempo necessário e possível.)

1- A pré-história: a procura por Deus do ser humano, sem a revelação.
2 A)- Bíblia e história: A criação até o dilúvio. )
B)- Bíblia e história: de Abraham a Moisés: moral.
C)- Bíblia e história: Moisés Profetas e Reis. )
3- Os 4 Evangelhos: Jesus Cristo: Preparação direta para a 1ª Comunhão.
4- Atos e cartas dos apóstolos: A Igreja primitiva )
Preparação para a Crisma.
– História da Igreja e os últimos tempos (Os nossos)

Preparação para a Crisma: começar com os primitivos.

– A maioria das pessoas inteligentes e formadas, hoje está interessada em saber como a ciência explica o começo do universo, de preferência sem Deus. É muito preponderante o sucesso de pessoas como o cientista Stephen Hawking que em sua Breve história do tempo explica quase tudo até chegar a um momento em que afirma a indefinição como regra. Nesse ponto ele diz: “Até aqui, Deus não é necessário”. Isto quer dizer que as leis de Newton e em geral as leis da físico-química explicam tudo e não é necessário dizer que há um Deus que providencia tudo. Isto repercute muitas vezes na sala de aula de Universidades e Colégios secundários e até na primária, em boca de pessoas absolutamente descrentes que orientam seus alunos, no mínimo, a um ateísmo prático ou sem religião.

– A existência de fundamentalistas e fanáticas em quase todas as religiões, assusta as pessoas sensatas e as faz no mínimo caladas com respeito a tudo que fale de religião ou das origens religiosas do universo: “Religião não se discute”. Está na moda ser ateu. Os e as jovens, por comodidade ou por ignorância seguem a moda.

Neste contexto é preciso reconhecer e ressaltar o grande trabalho que o ser humano teve na formulação das atuais referências sobre o tempo. Sobretudo é preciso ver que pessoas religiosas de todas as crenças e religiões foram as que mais se preocuparam e formularam teorias sobre isto.

O ano solar, tal qual pensamos hoje que é, foi assim fixado e denominado pelo Papa Gregório XIII em 1582 e se chama calendário gregoriano por causa dele. Seu criador era cristão e por isso fez começar com o presumível ano do nascimento de Cristo.

Por milênios diversas culturas elaboraram uma medição do tempo e é importante, nestes dias, que aqueles que se preparam à Crisma saibam alguma coisa disso em respeito quem sabe às outras culturas e sua luta por entender nosso mundo. Muitos dos nossos costumes religiosos ainda celebram os solstícios com a dificuldade nascida da existência dos dois hemisférios. Para o Brasil se percebe que muitas vezes o carnaval se estende e avança na quaresma e as festas litúrgicas que deviam coincidir com as realidades atmosféricas coincidem finalmente com os opostos. O nascimento de Cristo num ambiente nevado, no hemisfério sul acontece no verão. Em Europa o mês de Maria é no mês das flores, no hemisfério sul cai em inverno. Todos os símbolos são transtrocados onde no calor é frio e verão no inverno.

LOJINHA DO OPA

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